domingo, 22 de julho de 2012

Tudo sobre nada


Eu não entendo o que ocorreu

eu não invento o meu intento.

não sei dizer o que eu entendo.

Só sei que eu não o compreendo.



Eu não sabia o porquê

já não fazia o meu dizer

só saberia esquecer

eu não entendo.



Ali ficava sem fazer

minha cabeça o quê, o quê

me procurava sem me perder

eu não entendo

se não aguento.

Agora que tento,

não tem argumento.

sábado, 9 de abril de 2011

Sobre as escolhas

                                         
No seu apartamento, ele olhava incrédulo para o cristo, ele tinha que tomar uma postura, tinha que mudar um pouco a rotina que estava acostumado, pois aquilo já o incomodava, eram sempre as mesmas coisas.
Da Faculdade para casa, as coisas jogadas no chão, fotos penduradas na sua parede, lembranças e passado estampados, e ele continuava o mesmo, mas aquela rotina o aprisionava em um casulo pouco sadio.
            Ligou o computador e foi ouvir aqula musica que ouviu outro dia na rua.
            Enquanto aumentava o som, aos poucos deixou seu corpo se mover por conta própria, apagou a luz, não se importava com mais nada, enquanto a musica não acabasse ele não parava de dançar, aquele era um outro universo dele, onde ele se refugiava enquanto ele não se decidia, seu universo musical era mais alegre e mais vivo, mas era só aquilo.
            A Música havia acabado e ele continuava ali parado, era essa a hora de decidir, se ele iria mudar, o que traria também desafios ou se ficaria ali parado deixando a vida decidir por ele.
            Não é assim que as coisas funcionam, está na hora de encarar o desafio.

Ilustração : Heloísa Barbi Perucello - Grande artista e amiga do autor :)

quarta-feira, 2 de março de 2011

O QUE NÓS SOMOS, AFINAL?



Tocava Suzanne Veja na rádio, a música era Tom’s Dinner possivelmente mais velha do que ele.
Por algum motivo ele não conseguia concertrar em nada, mas também não gostava de ficar parado.
O tempo passava, as horas passavam e as pessoas também passavam em sua vida.
Na transitoriedade do tempo, no movimento dos dias.
Chovia, fazia sol, nada, ele estava ali no mesmo lugar de sempre, usava a mesma roupa surrada, bermudas e chinelos havaianas, aquilo era ele.
Não, não importa o que falavam ou o quanto ele mudava, aquilo era ele, na verdade bem menos, todos nós somos matéria e idéia, o resto é besteira, ele dizia.
O resto é sonho, teoria, consumo, fetiche, delírios.
Na verdade é de resto que vivemos todos nós, não gostamos do trivial, quanto mais fantasiosa é a situação mais nos sentimos mais completos.
Completude existe? não e é justamente nossa insatisfação que motiva a criação do mundo.

Música para ouvir:   Take a Picture - Filter

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Aos estudantes de arquitetura

Dar a Luz a um projeto,

Fechar os olhos e criar um mundo,

Sonhar mesmo estando acordado,

Virado, virado,

A noite chega doce,

O sol que ilumine tuas idéias

Desafie, desafine, construa sem construir

Viva sem viver,

Acorda que é hora de criar,

Fazer crescer,

Sonhar e ser.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Rodo Cotidiano

Pra variar eu estou de novo de madrugada, pensando na vida e avaliando este estranho particular pequeno mundo que tenho ao meu redor.


Estava lendo História da arte, um pouco de filosofia e ouvindo musicas mais agitadas do tipo que se escuta em festas...

Penetrando em minha mente inquietante, me incomoda o fato de ser 4 horas da manha, e que o sol vai nascer em 2 horas, ou seja estou amplamente fora do que estaria considerado certo ou de acordo com a moral vigente hoje....incomoda pois o meio pressiona de forma impressionante:

Tudo abre e fecha durante o dia, a luz do dia é crucial pra isso, enquanto a noite é quieta, e só nos resta esses bares e boates noturnas, pra presenciar e viver intensamente o que a musica proporciona, as vezes fugindo disso, descobrindo alguém estranho, as vezes de modo intimo demais para alguém estranho.

Enquanto amanha, dia de domingo tudo morre, dia de descanso, as pessoas vão a igreja/templo redimir-se de seus pecados, cumprir com seus próprios compromissos, os instrumentos de ócio estão a Mão, mas de certa forma nos restringe novamente, a televisão está especialmente neste dia com o conteúdo mais pífio de todos,só nos resta o computador e a internet, catalisadora de vícios, redes sociais, jogos alienantes, fóruns conturbados, prazeres baratos, mensagem instantânea, estar e não estar de lado de fora....a falsa e hipócrita ilusão de estar em outro lugar enquanto você continua ali na sua casa, no seu quarto e escritório.

Logo bate o remorso, uma dor na consciência por não estar sendo produtivo, ou por estar perdendo tempo com muitas bobagens...

Ainda acho que a rua... é o meio catalisador de vida, encontros, acontecimentos para tudo....estar neste meio publico é vivenciar isso...mas ao mesmo tempo estar perto de casa ainda é estar preso a este mesmo universo próprio...

Por isso gostamos de viajar, de sair dessa rotina inquietante...

Mas quando ficamos de novo muito tempo noutro lugar...e aquilo doutro modo se torna moradia, nos cansamos de novo, e precisamos novamente quebrar essa rotina.

Nossa fuga temporária se concentra em geral nesses meios já citados, alguns partem pra meios um pouco mais radicais, como as drogas legais ou ilegais e outros meios que podem aliviar um momento mas no futuro causar um auto-flagelo para o individuo.

Alguns de nós se ocupam com o consumismo, vão as compras, se enchem de coisas desnessárias como forma de se satisfazer, mas estando nunca contentes e cansados desses brinquedinhos novos se prendem a outras coisas novas e novos fetiches.

Podemos as vezes produzir com esse vazio, as vezes buscar algo belo, algum prazer e há diversas maneiras de expressar isso, diversos hobbies e atividades que podem não só nos ajudar nesse aspecto com trazer um pouco do que nós buscamos pra outras pessoas(musica, pintura, arte em geral, seguir uma ideologia)

Outros se concentram demasiado no trabalho, mas as vezes de forma insana e prejudicial, sentindo insatisfeitos com o esforço e prendendo-se a mais trabalho, esquecendo do que há em volta, uma vida, família, amigos, filhos, pequenos e grandes prazeres...

Podemos também seguir pelo lado esporte, resgatar laços de competitividade, estravazar todo o estresse,e se é esporte coletivo, socializar porque não?

As vezes é bom resgatar alguns valores e prazeres da infância, deliciar-se com o bolo da vó, ir curtir a praia,o parque, a praça, descobrir os lugares com a curiosidade no olhar, ter encantamento por tudo ao redor pois é tudo novo...

Nós seguimos muitas vezes receitas prontas, mas pra que?

Tudo que devemos fazer é o que nós mesmos queremos, não o que os outros ou o mundo quer por nós...

Por mais estranho que pareça cansar-se das coisas no final das contas nos dá um saldo positivo:

Esse fator, essa inquietude, nos faz criar, questionar, perceber, conceber e gerar todo um mundo novo, e nos desconectar de tudo que pra nós é passado...nos faz gerar o futuro.

Se não nos cansássemos talvez vivêssemos sempre presos a pouco ou quase nada e felizes com isso, incapazes de vivenciar e acreditar em idéias novas, eternamente presos ao nosso mundinho, ou seja um grão em um deserto(trocadilho batido).

Afinal o que importa pra nós?

É isso que temos que descobrir...

domingo, 17 de outubro de 2010

O Retorno


Eu fiz isso. Eu inventei tudo isso...
Me sinto culpado de ter partido e de ter deixado tanto para trás,
Ao mesmo tempo me sito bem por ter disseminado uma idéia,
Mas agora eu estou de volta, tudo está fora de seu lugar,
Não que eu seja metódico, mas tenho ao meu redor muita gente assim,
e as vezes eu me sinto assim,

Preciso de um espaço, um cômodo ventilado e sem nada, só para pensar.
Esses dias eu tenho estado meio fora de órbita, agora mesmo eu nem sei de fato qual é a minha órbita, ás vezes sinto culpa, mas que posso fazer ?

Me sinto fora de meu corpo num espaço próprio, mas eu não sei bem onde eu vou chegar.

As vezes é isso, bom eu não sei, vivo de criar realidades alternativas,
Alternativas para o mundo e para mim mesmo,
Me esgoto tentando deixar tudo mais palatável, mas nem tudo é como se pensa,
Sei que posso parecer um neurótico ou maluco, mas arquitetar um plano ou ajudar quem rodeia só me deixa mais confuso, não sei se devia me confundir ou complicar com coisas tão simples.

E escrever sobre isso talvez me alivie...

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Entre os Sonhos e a Realidade




















Feriado, época de fugir da realidade, de fazer coisas alheias a faculdade.

Poderia escrever um livro contando as tantas histórias da minha vida, mas prefiro ficar aqui,
ouvindo músicas alternativas, meio psicodélicas, as vezes abro um buraco pro meu
passado, as vezes é um buraco sem fim, não devia escutar tanto o que os outros falam.

Legal pegar um dia de feriado e quebrar a rotina, sair pra passear noutro canto da cidade
sem nunca ter pisado lá, sentir o frescor de terra nova, caminhar a esmo sem grandes
pretensões, parar numa livraria “cult” pegar um livro qualquer...De um tema alheio
a minha área de atuação...Volto pra casa...Vou ao cinema...Nada é pleno...

Depois de ver o filme a Origem, ouvir a musica “walking on a dream” atravesso duas
praças imaculadamente vazias a meia noite e logo após a sessão tudo parece surreal,
o filme é um espectro que me tirou por 2 horas da minha realidade.

Mas se eu analiso o filme, que fala de sonhos e arquitetos que projetam essa realidade
alternativa para alterar fatos de uma realidade presente, no final das contas posso ver uma
correlação disso na minha vida, vivo projetando realidades alternativas na faculdade, mesmo sabendo que nada disso sairá do papel, mas ao mesmo tempo, isso se torna parte da minha vida, nós arquitetos vivemos sempre em uma linha tênue entre a vida real e a vida que sonhamos por conta de nossos projetos, construímos nosso mundo e ao mesmo tempo nos aprisionamos dentro dele, é disso que trata o filme no final das contas, e vivemos tentando fugir dessa realidade, mas parece que está mais fundo dentro de nossa pele, de que nascemos para isso.

Escute "Walking on a Dream - Empire of the Sun" e veja "A Origem",e sairá dessa experiencia como eu, com outra cabeça....Vale a pena.