quinta-feira, 8 de abril de 2010

Sobre Budapeste


A primeira vez que li Budapeste estava na ilha grande, em uma curta viagem que fiz junto a minha mãe no auge de meus 13 anos, estava animado em conhecer aquela ilha tão fantástica...
No quarto do hotel não havia TV, segundo a proposta do dono era para vivenciar mais intensamente o lugar, quem quisesse ter, ou acessar a internet deveria pagar uma fortuna, logo ficamos com o isolamento...
Me encantei com a paisagem bela...descortinada pela varanda...na cabeceira de minha cama havia um livro...se chamava Budapeste, de pronto em minha noite silenciosa comecei a ler...
Não parei, a história me prendia de uma forma muito intensa, não consegui terminar e era minha ultima noite, regressei pra Uberlândia onde eu residia na época...
Na volta não resisti e comprei aquele livro que me prendia...infelizmente a pagina que parei da edição que li não era a mesma da atual, mas não fazia mal...me encontrei novamente e fiz mais uma vez essa viagem a Hungria através deste livro.
Muitos anos depois... Em 2009... Eu universitário, vivendo no Rio de Janeiro lançam o filme Budapeste e eu perdi de ver no cinema não sei se pelo curto prazo que passou ou pelo amor que sentia por uma jovem na época... Tudo se confunde...
2010, eu regressado de três meses nos Estados Unidos, onde por ventura trabalhei intensamente em dois empregos numa isolada e fria cidade do esqui, chego ao Rio, logo depois uma calamidade se prossegue, as chuvas devastam a cidade pós Páscoa... E nessa atmosfera triste, as aulas são canceladas até a outra semana.
Resolvo alugar um filme... Já havia me esquecido de Budapeste, do meu encantamento do todo e de todas as paixões envolvidas. Ao ver na prateleira, resolvo arriscar.
Ponho o DVD no computador: E logo me pedem a patente e sabe lá deus como descobrem que o programa é pirata, pronto não posso assistir o filme.
Ligo a TV, tenho uma idéia, vou usar o DVD da sala não faz mal, o problema que ele só pega preto e branco e mesmo depois tentar de tudo, esta tudo em preto e Branco.
Comecei a pensar que mal tem? Afinal a imagem se enche de contraste e se cria uma imagem pura, despretensiosa, livre dos efeitos especiais de cor e de luz, nunca havia pensado, mas é a forma mais pura de se ver, é a forma que mais se adéqua ao filme uma vez ela fala assim como no livro, da beleza de descobrir um lugar novo e uma língua nova de maneira pura e simples, como o encantamento de uma criança ao ver o mundo de gente grande.
Claro que o livro é muito mais que isso, mas eu falo o que ele marca pra mim, marca também meu desejo de escrever, desejo oculto que guardo a sete chaves, bem nem tanto, mas não está tão obvio quanto meus outros grandes prazeres...
O DVD travou quando se aproximava do final,mas não faz mal, afinal algumas vezes não precisa chegar ao fim, assim como não se perde por não entender, basta o que importa para nós.
Escrever é um prazer intenso de produzir algo novo, se aproxima de um parto e assim como um requer muito sofrimento durante o processo.

Um comentário:

Jessica disse...

Dei algumas risadas lendo esse texto. Achei interessante, vc tem uma visão muito otimista,vê uma oportunidade em cada dificuldade. Mas que diazinho heim... kkkkk