terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Aos estudantes de arquitetura

Dar a Luz a um projeto,

Fechar os olhos e criar um mundo,

Sonhar mesmo estando acordado,

Virado, virado,

A noite chega doce,

O sol que ilumine tuas idéias

Desafie, desafine, construa sem construir

Viva sem viver,

Acorda que é hora de criar,

Fazer crescer,

Sonhar e ser.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Rodo Cotidiano

Pra variar eu estou de novo de madrugada, pensando na vida e avaliando este estranho particular pequeno mundo que tenho ao meu redor.


Estava lendo História da arte, um pouco de filosofia e ouvindo musicas mais agitadas do tipo que se escuta em festas...

Penetrando em minha mente inquietante, me incomoda o fato de ser 4 horas da manha, e que o sol vai nascer em 2 horas, ou seja estou amplamente fora do que estaria considerado certo ou de acordo com a moral vigente hoje....incomoda pois o meio pressiona de forma impressionante:

Tudo abre e fecha durante o dia, a luz do dia é crucial pra isso, enquanto a noite é quieta, e só nos resta esses bares e boates noturnas, pra presenciar e viver intensamente o que a musica proporciona, as vezes fugindo disso, descobrindo alguém estranho, as vezes de modo intimo demais para alguém estranho.

Enquanto amanha, dia de domingo tudo morre, dia de descanso, as pessoas vão a igreja/templo redimir-se de seus pecados, cumprir com seus próprios compromissos, os instrumentos de ócio estão a Mão, mas de certa forma nos restringe novamente, a televisão está especialmente neste dia com o conteúdo mais pífio de todos,só nos resta o computador e a internet, catalisadora de vícios, redes sociais, jogos alienantes, fóruns conturbados, prazeres baratos, mensagem instantânea, estar e não estar de lado de fora....a falsa e hipócrita ilusão de estar em outro lugar enquanto você continua ali na sua casa, no seu quarto e escritório.

Logo bate o remorso, uma dor na consciência por não estar sendo produtivo, ou por estar perdendo tempo com muitas bobagens...

Ainda acho que a rua... é o meio catalisador de vida, encontros, acontecimentos para tudo....estar neste meio publico é vivenciar isso...mas ao mesmo tempo estar perto de casa ainda é estar preso a este mesmo universo próprio...

Por isso gostamos de viajar, de sair dessa rotina inquietante...

Mas quando ficamos de novo muito tempo noutro lugar...e aquilo doutro modo se torna moradia, nos cansamos de novo, e precisamos novamente quebrar essa rotina.

Nossa fuga temporária se concentra em geral nesses meios já citados, alguns partem pra meios um pouco mais radicais, como as drogas legais ou ilegais e outros meios que podem aliviar um momento mas no futuro causar um auto-flagelo para o individuo.

Alguns de nós se ocupam com o consumismo, vão as compras, se enchem de coisas desnessárias como forma de se satisfazer, mas estando nunca contentes e cansados desses brinquedinhos novos se prendem a outras coisas novas e novos fetiches.

Podemos as vezes produzir com esse vazio, as vezes buscar algo belo, algum prazer e há diversas maneiras de expressar isso, diversos hobbies e atividades que podem não só nos ajudar nesse aspecto com trazer um pouco do que nós buscamos pra outras pessoas(musica, pintura, arte em geral, seguir uma ideologia)

Outros se concentram demasiado no trabalho, mas as vezes de forma insana e prejudicial, sentindo insatisfeitos com o esforço e prendendo-se a mais trabalho, esquecendo do que há em volta, uma vida, família, amigos, filhos, pequenos e grandes prazeres...

Podemos também seguir pelo lado esporte, resgatar laços de competitividade, estravazar todo o estresse,e se é esporte coletivo, socializar porque não?

As vezes é bom resgatar alguns valores e prazeres da infância, deliciar-se com o bolo da vó, ir curtir a praia,o parque, a praça, descobrir os lugares com a curiosidade no olhar, ter encantamento por tudo ao redor pois é tudo novo...

Nós seguimos muitas vezes receitas prontas, mas pra que?

Tudo que devemos fazer é o que nós mesmos queremos, não o que os outros ou o mundo quer por nós...

Por mais estranho que pareça cansar-se das coisas no final das contas nos dá um saldo positivo:

Esse fator, essa inquietude, nos faz criar, questionar, perceber, conceber e gerar todo um mundo novo, e nos desconectar de tudo que pra nós é passado...nos faz gerar o futuro.

Se não nos cansássemos talvez vivêssemos sempre presos a pouco ou quase nada e felizes com isso, incapazes de vivenciar e acreditar em idéias novas, eternamente presos ao nosso mundinho, ou seja um grão em um deserto(trocadilho batido).

Afinal o que importa pra nós?

É isso que temos que descobrir...

domingo, 17 de outubro de 2010

O Retorno


Eu fiz isso. Eu inventei tudo isso...
Me sinto culpado de ter partido e de ter deixado tanto para trás,
Ao mesmo tempo me sito bem por ter disseminado uma idéia,
Mas agora eu estou de volta, tudo está fora de seu lugar,
Não que eu seja metódico, mas tenho ao meu redor muita gente assim,
e as vezes eu me sinto assim,

Preciso de um espaço, um cômodo ventilado e sem nada, só para pensar.
Esses dias eu tenho estado meio fora de órbita, agora mesmo eu nem sei de fato qual é a minha órbita, ás vezes sinto culpa, mas que posso fazer ?

Me sinto fora de meu corpo num espaço próprio, mas eu não sei bem onde eu vou chegar.

As vezes é isso, bom eu não sei, vivo de criar realidades alternativas,
Alternativas para o mundo e para mim mesmo,
Me esgoto tentando deixar tudo mais palatável, mas nem tudo é como se pensa,
Sei que posso parecer um neurótico ou maluco, mas arquitetar um plano ou ajudar quem rodeia só me deixa mais confuso, não sei se devia me confundir ou complicar com coisas tão simples.

E escrever sobre isso talvez me alivie...

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Entre os Sonhos e a Realidade




















Feriado, época de fugir da realidade, de fazer coisas alheias a faculdade.

Poderia escrever um livro contando as tantas histórias da minha vida, mas prefiro ficar aqui,
ouvindo músicas alternativas, meio psicodélicas, as vezes abro um buraco pro meu
passado, as vezes é um buraco sem fim, não devia escutar tanto o que os outros falam.

Legal pegar um dia de feriado e quebrar a rotina, sair pra passear noutro canto da cidade
sem nunca ter pisado lá, sentir o frescor de terra nova, caminhar a esmo sem grandes
pretensões, parar numa livraria “cult” pegar um livro qualquer...De um tema alheio
a minha área de atuação...Volto pra casa...Vou ao cinema...Nada é pleno...

Depois de ver o filme a Origem, ouvir a musica “walking on a dream” atravesso duas
praças imaculadamente vazias a meia noite e logo após a sessão tudo parece surreal,
o filme é um espectro que me tirou por 2 horas da minha realidade.

Mas se eu analiso o filme, que fala de sonhos e arquitetos que projetam essa realidade
alternativa para alterar fatos de uma realidade presente, no final das contas posso ver uma
correlação disso na minha vida, vivo projetando realidades alternativas na faculdade, mesmo sabendo que nada disso sairá do papel, mas ao mesmo tempo, isso se torna parte da minha vida, nós arquitetos vivemos sempre em uma linha tênue entre a vida real e a vida que sonhamos por conta de nossos projetos, construímos nosso mundo e ao mesmo tempo nos aprisionamos dentro dele, é disso que trata o filme no final das contas, e vivemos tentando fugir dessa realidade, mas parece que está mais fundo dentro de nossa pele, de que nascemos para isso.

Escute "Walking on a Dream - Empire of the Sun" e veja "A Origem",e sairá dessa experiencia como eu, com outra cabeça....Vale a pena.

domingo, 22 de agosto de 2010

Pessoas e Pérolas

Tem algumas pessoas que são como uma pérola, pequenas e sutis são verdadeiras jóias frente à imensidão do mar e da faixa de areia.

Tem que cavar muito pra achar gente assim, ao mesmo tempo parece que tem que tomar cuidado para não deixar a onda levar, ou a areia engolir.

São essas pérolas que são as pessoas mais confiáveis, que são amigos de verdade.
Algumas pérolas guardam uma sabedoria imensa e não tem medo de compartilhar isso com
você, outras são bem simples, gente boa de conversa.

Outras são simplesmente companheiras, e isso faz toda a diferença.

O segredo está em guardar essas pérolas, ou então buscar por outras pérolas, mas uma
pérola não substitui outra, simplesmente são diferentes

Só não pode é ficar sem, pois são as pérolas que dão sentido a todo resto.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Apenas Escrevo

O tempo passa devagar,
Tudo parado em seu lugar,
E meu olhar distante...

Penso na vida lá fora,
Nos carros que saem pra longe,
Quando na verdade não saem do lugar,
Das noites brancas, amenas,
Do vento que castiga a rua.

Não saio do lugar,
Também não há o porque,
Fico aqui e escrevo,
Escrevo sobre o que há e o que não há.

Escrevo sobre mim mesmo e
Sobre o senso comum,
Escrevo exalando tudo de meu corpo
Até a ultima gota.

Não escrevo sob pressão,
Influência ou destino,
Escrevo por que quero,
Mais que isso escrevo porque amo.

Talvez eu ame porque escrevo,
Talvez eu odeio porque escrevo,
Mas escrevo, apenas escrevo.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Lembranças...

Talvez os dias têm passado rápido demais, não sei...

Nessa semana faço aniversário, completo minha segunda década, olho pra trás e me pergunto – Quem é você?

O que aconteceu com o jovem sonhador? com o poeta introspectivo? com o pintor/expositor?com o cara que manjava de geografia, história ou sociologia?

O que aconteceu com aquele menino que gosta de viajar? de descobrir as coisas? Será que ele foi engolido pela faculdade de arquitetura? ou por preocupações habitais? ou por coisas de arquiteto? na verdade não...Ele continua aqui.

Pode ser que a vida tenha mudado um pouco o seu foco, lhe ensinado outros aspectos.

Vinte anos, o tempo passou depressa demais, lembro-me dos tempos que eu brincava de gato-mia com meus vizinhos, ou dos mamonas assassinas e do Chupa-cabra esse parecia que ia surgir do Rio São Francisco pra me buscar.

Lembro dos tempos de Uberlândia, da pitangueira e do frio de Alpinópolis, das galinhas, do milharal e das lavadeiras de rio de São Francisco...

Bom tudo isso passou, mas eu continuo aqui, agora no Rio de Janeiro, quem diria, correndo atrás de meu futuro.

Futuro que surgiu de meu passado, dos tempos em que desenhava nas mesas de escola e sonhava com um mundo imaginário melhor, mais justo.

Do tempo que eu lia e investigava a arquitetura e viajava naquilo.

De sonhos, sempre sonhos...

Mas eu estou aqui olhando para isso tudo, comemorando meu aniversário, estou bem, tanta coisa se passou, aquele menino de suspensório cresceu e está aí querendo abraçar o mundo, enquanto o mundo gentilmente o abraça.

Bem vindo ao Futuro.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Como vencer uma guerra

A verdade é, nem sempre conseguimos ser a máquina produtiva que almejamos ser.

Falhamos, e aceitar a falha é sempre ruim, porém mais difícil que desistir é seguir adiante, talvez para um caminho incerto, mas tenha sempre a certeza que este é o melhor caminho a se seguir.

Tem dias que são assim, passam rápido demais e a noite está aí pra você seguir adentro, se manter e produzir.

O seu corpo sempre reage no seu rítimo contrário, mas você deve resistir, pois ainda não acabou.

É hora de parar um pouco, de ouvir um pouco de “The Smiths- Stop me if you heard this one before”, porque acima de tudo é hora de continuar, até o último minuto, até as últimas conseqüências, essa é a hora de ser guerreiro.

Bom, acho que na vida é assim, só os fortes sobrevivem e você tem que por na cabeça que você é um dos fortes.

Ás vezes tudo vai contra você, parece até que o tempo, o corpo, a gráfica , o computador e seu material estão juntos em um conspiração das boas pra te sabotar.

É nessa hora que devemos mostrar as garras e os dentes, mesmo com o coração na boca, use de todos seus artifícios, cartas na manga e esperanças para vencer, ainda não acabou, não agora.

Bom essa é mensagem que deixo a todos meus leitores, eu, como estudante de arquitetura que passou por tudo isso e mais um pouco digo: não desistam, esse nunca é o melhor caminho.

domingo, 18 de julho de 2010

Minha Canoa

Dia de domingo, é eu sei o mesmo de sempre,
-Um mate e um joelho napolitano, por favor.

A luz turva entrava em meu quarto da mesma forma que estavam meus pensamentos.
Olhar pro céu e ver que você não estar nem na metade do trabalho não é fácil.
Ouvir músicas pra distrair, variando de Forró até o Indie...tudo isso só deixa a cabeça mais confusa, vou sair, a minha casa não é meu lugar agora.
Enquanto escuto música no fone, parece que meus pensamentos voam nas musicas que saem dali, fechado em meu quarto eu vejo esse mundo tão grande se fechar em meu mundo particular tão pequeno.
Família. Ligo para ouvir vozes confortantes, é ruim estar longe, mas dá mais força para a independência, para meu eu.
A minha cama se torna uma grande canoa que leva pra águas distantes, longe de tudo aquilo, enquanto os olhos se cerram, os sons da rua se difundem e eu me transporto pra outro mundo que não é real, um conforto momentâneo, em um momento de inconstância.

sábado, 10 de julho de 2010

Meu Paraíso

Esses últimos dias por conta das exigências da faculdade, eu me senti em meu limite de irritabilidade, estava a ponto de explodir, e de fato explodi no momento em que não encontrava mais nada do que buscava no meu quarto e tudo que fazia estava dando errado ao mesmo tempo.
Naquele momento, mais do que qualquer coisa eu queria parar, queria voltar no tempo alguns dias e voltar ao meu dia na praia.
Foi no sábado, eu já estava muito estressado e não tinha muito que fazer, eu tive que ir pra Itaipu,um bairro distante de Niterói para tirar as fotos de um museu, fui para lá no desespero, mais de 2 horas para chegar e já havia anoitecido.
Mas cheguei a tempo antes do museu fechar, o ambiente do museu e o entorno me remeteu a uma cidade de interior bem pequena, nada parecia com o Rio ou Niterói,mas não senti que estava completa a visita, retornei na manhã seguinte para mais fotos, e me surpreendi mais uma vez, a praia era fantástica e quase deserta, avistava todo o rio de lá, e podia-se perceber três horizontes, a areia em encontro com o mar, o mar azul que brilhava ao sol, e as montanhas imponentes do rio ao fundo, três pinceladas, nada mais, era só o que me bastava, eu havia descoberto a ultima fronteira do rio, um reduto quase selvagem que podia chamar de paraíso, meu paraíso, o mesmo que foi Búzios de Brigitte nos anos 60(hoje búzios não é mais o que foi, virou ponto turístico internacional), ou a Maricá de Maysa Matarazzo.
Olhar para aquela paisagem era estranho, me dava uma noção de satisfação, talvez completude, não sei, tendo aquilo me fazia pensar se precisamos de muito pra sermos felizes, eu podia largar tudo e virar um pescador da vila, lá em Itaipu, por mais utópica que fosse a idéia, naquele momento não queria mais nada, só estar ali, já me fazia muito bem, não queria sair, nem que minha água de coco acabasse.
Voltar para casa foi tomar um choque de realidade, havia muita coisa por fazer, mas aqueles instantes na praia de itaipu me valeram o dia e talvez a semana.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Copa do Mundo

Gosto dos dias da copa essencialmente pela sua alegria, gosto de olhar ruas enfeitadas, pessoas sorridentes nas esquinas vestindo as cores mais brasileiras.
Talvez nessa mesma copa nos esquecemos de nossos problemas, olhamos pra TV com orgulho e paixão, colecionamos coisas inúteis, (Como o Álbum da Copa, Vuvuzelas, buzinas e bandeiras), mas que nós gostamos (ou odiamos) tanto.
Estranho e bonito tanto esforço e tanta ação ao redor da copa, como que uma bola(a famosa Jabulani) somada a dois times de 11 jogadores possam motivar um bilhão de pessoas para acompanhar a Copa do Mundo.
Acima de tudo copa é esperança, seja na união dos sul-africanos pós-apartheid, seja na África como sede e se destacando, seja na retomada de uma Alemanha pós-nazismo, seja no tão sonhado desenvolvimento do Brasil, portador de um panteão de problemas, mas orgulhoso de seu futebol e que sabe de outras futuras virtudes, pois o que sempre deve estar presente é a esperança.
Bonita a torcida, a mobilização, torcedores rivais torcendo pro mesmo time.
Bonito ter teu país representado na copa e ainda poder se orgulhar disso.
Bonito sediar a copa e estar pertinho de tudo aquilo, de ver seu país e sua cidade mudar por conta disso, de ter o destaque internacional.
Ao mesmo tempo parece que o tempo parou enquanto o mundo gira ao nosso redor.
Tudo está ali, mas também não está, não tem como fugir para sempre.
Mesmo nesse mundinho á parte, às vezes não importa o resultado, não importa os erros de arbitragem, não importam as zebras, só importa aquele momento no final das contas, onde todos nos reunimos, confraternizamos, gritamos, choramos e explodimos de alegria, pois no final das contas isso é o que fica, a alegria.

domingo, 27 de junho de 2010

Dias de domingo...

Dias de domingo são sempre assim, parados, meio mortos, com programação mais medíocre de todos os dias na TV e comércio fechado.
São nos dias domingo que pensamos na vida, que voltamos para a espiritualidade, que temos aquelas tardes vazias e frias dentro de nós.
Seria bom que domingo fosse um pouco mais que isso, é certo que domingo é dia de descanso, mas tanto descanso assim eu não sei...Faz mal (ao menos para mim).
São dias assim que da vontade de sair dali, ir fazer outra coisa, é um dia muito triste.
Não importa pra onde nem para quê, ir curtir uma praia, ouvir chorinho na praça São Salvador, ver um filme no cinema, ou fazer uma trilha são coisas capazes de mudar essa inércia poderosa.
Entristece-me ver que as pessoas se fecham nessa inércia e não querem sair, sempre presos nesse dia fatídico.
Pena que domingo seja um dia morto, onde até o vibrante centro do Rio de Janeiro, se torna um local vazio e por conta disso perigoso.
Pena que domingo seja o dia da ressaca moral, dos arrependimentos, enganos e decepções ocorridos nos dias de semana.
Pena que domingo seja domingo, estigmatizado pelo nome, nem que fosse segunda – feira, por mais que seja um dia de trabalho e desanimador é um dia vivo.
Precisamos de mais dias vivos para nos sentir vivos, mas fica a inércia habitual, a ressaca moral, a crise de identidade e a cabeça vazia assim como todo o resto.

domingo, 13 de junho de 2010

Sobre confiança

Outro dia me questionaram sobre confiança e o que significa confiança, foi entao que comecei a pensar e desenvolvi uma pequena idéia:

Confiança para mim é uma das mais nobres virtudes, nada mais é que uma crença sem precedentes, em algo, alguém ou em si mesmo.
Antes de Confiar no outro é bom confiar em si mesmo, ter firmeza em suas decisões, acreditar que é possível, pois se não confia em si mesmo você se torna frágil e vulnerável a todos os obstáculos que aparecerem.
Enquanto confiar no outro é demonstrar que o que está ali é forte, estável, e que você não se importa de compartilhar um pouco de si, não teme em acreditar no outro até mesmo em situações vulneráveis, acreditar no outro é algo muito puro e belo.
Indo na contra mão disso, desconfiar é demonstrar o oposto, é perda da credibilidade e da crença, e viver desconfiando dos outros é ao mesmo tempo se isolar em casulo alheio da realidade lá fora, é pouco sadio e até mesmo destrutivo, não falo pra depositar confiança em todos, mas falo para acreditar um pouco mais no outro, pois se você deposita mais confiança, esta retorna pra ti da mesma forma.
Confiar no Futuro é ter esperança, acreditar que o futuro é mais prospero, e que vale a pena continuar vivendo.
Confiar no Presente é ter firmeza no que faz e acreditar que mesmo desfavorável o desfecho seja positivo.
E Confiar em Deus é pautar-se a si mesmo em um alicerce espiritual, ter uma crença mais profunda sobre e a vida e dessa forma estar mais seguro de si e de sua vida.

Triste os que não confiam, pois confiar acreditar no amor, na coletividade e na vida.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Qual a sua opinião?

Se tem uma coisa que gosto de fazer, é ouvir, escutar e conhecer pessoas, não me importa a origem, condição social, ou escolaridade, todos temos algo pra contar.
Claro que já ouvi de tudo, mas aprendi muito com essas pessoas.
Esse ano conheci um aluno intercambista de Guiné- Bissau, as idéias dele são fantásticas, se especializar ao máximo mundo afora e retornar com uma bagagem muito grande e repassar isso pro guinenses(E assim reconstruir o país), de certa forma carrega consigo uma idéia bastante progressista que pensa pra seu povo, se todos fossemos assim teríamos um mundo melhor sem duvida.
Da mesma maneira conheci muita gente perdida, que vive de festa em festa, como se o dia de hoje fosse o último, pode vir a ser, mas não pequemos pelo exagero.
Também vejo muitas pessoas quase que vazias, sem opinião, guiadas pelas massas, pela mídia e pelo senso comum, afinal qual é graça de ser assim?
Não quero, nem vou ser um formador de opinião, mas eu acho que o mundo seria mais justo se todos parássemos um pouco e pensássemos no que se passa ao nosso redor, eu digo pensar, não comprar idéias prontas, quem faz isso está completamente perdido.
Não to falando pra abandonar tudo que se vende por ai, muito menos se isolar em alguma comunidade Hippie, isolar-se é pior, a meu ver é negar o mundo existente ao redor, tão hipócrita como a vida de quem vive em bolhas (Condomínio – Shopping-Trabalho – Clube).
Essa é minha mensagem pra todos, ESCUTE, PENSE E OPINE.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Dormindo Acordado


Manhã de quinta feira, meados de junho, cabeça pesada, olhos cerrados...
Onde eu estou?
Olha pro lado, suas coisas de habitual, teu sonho delirante afinal foi um sonho.
Levanta, Põe a roupa, olha a janela e vê se chove, ou se o cristo está coberto, não é um bom sinal.
Coisas pra fazer, coisas pra pensar...Mas é feriado não é mesmo?
Às vezes não há muito no que pensar, às vezes nos limitamos ao que vemos e nada mais.
O fato de estar só lhe dá uma liberdade sem precedentes, mas mesma forma que o liberta, esse mesmo fator o aprisiona em um casulo pouco sadio.
Ele não é Zaratustra, não pode fazer de seu exílio algo novo e grandioso tal como Zoroastro que fundou uma nova religião.
Seu estado de inércia o fazia pensar, não sei se vale ser produtivo nessa hora, nessas frestas de luz que penetram seu quarto pela manhã.
Aquele momento deve ser admirado por si só e apenas isso...Fazer algo mais estragaria tudo.
Mas uma hora esse momento iria acabar, uma hora ele deveria sair para comer e toda a contemplação se misturaria com as grandes massas de pessoas nas ruas e seu pensamento puro se perderia em futilidades terrenas.
Tudo que ele podia fazer era aproveitar, escutar musica talvez, afinal musica é memória, criação de vínculos afetivos com acordes tão distantes, um túnel do tempo disfarçado de canção.
Ao mesmo tempo que a música guarda em si as lembranças, ela é particular de cada um, uma vez o gosto que temos é muito pessoal, de forma que se você ouve musica na rua, pode ser para seu prazer (se te agrada) ou para seu eterno ódio.
Dessa forma ele se transporta para outro espaço e outro tempo, antes de pisar com firmeza na realidade que o rodeia.

Musica para ouvir: Enquanto Durmo – Zélia Duncan

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Loucuras e Devaneios, um pequeno conto sobre a Caixa Preta. (A Caixa toma vida).

Caixa preta, minha caixa de pandora, tudo que há de bom e ruim vindo de mim cairá sobre ti,
Guarda teus mistérios, permanecem teus anseios, tempestades em copos d’água, óculo de sol em dias frios não esconda o seu eu perante mim.
-
O garoto abriu a caixa com medo, mas estava ansioso esperou muito pra saber o que tinha dentro, queria toda sabedoria do mundo, mas não podia tê-la.
A caixa está aberta, mas não se abre por completo, poucos são aqueles que podem realmente ver o que há dentro dela.
Não há luz, não há vida, ou será que há?
Fecha os olhos, não se pode ver de olhos abertos, o vento gélido congela tua face e esconde suas expressões, não há quem possa ver, deixa a caixa se abrir aos poucos, só o tempo responderá suas perguntas.
Pandora, onde está guardada então toda sabedoria do mundo?
Não está na caixa. Está dentro de ti.
Mas qual afinal será o fim de tudo isso?, quando essa caixa se abrirá novamente?
Esquece tudo isso, olhe teu passado, mas só olhe, é Bonito?
Algumas vezes sim, me faz querer voltar...
Guarde somente o que há de melhor nele, isto você carregará contigo.
E teu presente como é?
...Curto, as vezes ele não existe, se prende ora ao passado, ou então se volta ao futuro.
Carpe Diem, aproveite seu presente, pode ser que isso te ajude a compreender mais o futuro, você deve saber encontrar seu equilíbrio nisso tudo, não viva de passado nem futuro, viva de presente.
Mas e meu futuro?
Não se precipite, pode parecer difícil, mas não é, haverão muitas pedras em teu caminho, não olhe tanto para trás, as vezes parece que você não saiu do lugar, é bom arriscar e se aventurar, mas seja prudente em suas escolhas, carregue só o essencial, quando carregas muito peso poderá se machucar, o caminho é árduo, não precisa ser feito sozinho, mas cuidado nem todos estão pra te ajudar.
Espero que encontre teu caminho diante de tudo isso.
O garoto abriu os olhos, ele ainda tinha muito que percorrer.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Sobre Budapeste


A primeira vez que li Budapeste estava na ilha grande, em uma curta viagem que fiz junto a minha mãe no auge de meus 13 anos, estava animado em conhecer aquela ilha tão fantástica...
No quarto do hotel não havia TV, segundo a proposta do dono era para vivenciar mais intensamente o lugar, quem quisesse ter, ou acessar a internet deveria pagar uma fortuna, logo ficamos com o isolamento...
Me encantei com a paisagem bela...descortinada pela varanda...na cabeceira de minha cama havia um livro...se chamava Budapeste, de pronto em minha noite silenciosa comecei a ler...
Não parei, a história me prendia de uma forma muito intensa, não consegui terminar e era minha ultima noite, regressei pra Uberlândia onde eu residia na época...
Na volta não resisti e comprei aquele livro que me prendia...infelizmente a pagina que parei da edição que li não era a mesma da atual, mas não fazia mal...me encontrei novamente e fiz mais uma vez essa viagem a Hungria através deste livro.
Muitos anos depois... Em 2009... Eu universitário, vivendo no Rio de Janeiro lançam o filme Budapeste e eu perdi de ver no cinema não sei se pelo curto prazo que passou ou pelo amor que sentia por uma jovem na época... Tudo se confunde...
2010, eu regressado de três meses nos Estados Unidos, onde por ventura trabalhei intensamente em dois empregos numa isolada e fria cidade do esqui, chego ao Rio, logo depois uma calamidade se prossegue, as chuvas devastam a cidade pós Páscoa... E nessa atmosfera triste, as aulas são canceladas até a outra semana.
Resolvo alugar um filme... Já havia me esquecido de Budapeste, do meu encantamento do todo e de todas as paixões envolvidas. Ao ver na prateleira, resolvo arriscar.
Ponho o DVD no computador: E logo me pedem a patente e sabe lá deus como descobrem que o programa é pirata, pronto não posso assistir o filme.
Ligo a TV, tenho uma idéia, vou usar o DVD da sala não faz mal, o problema que ele só pega preto e branco e mesmo depois tentar de tudo, esta tudo em preto e Branco.
Comecei a pensar que mal tem? Afinal a imagem se enche de contraste e se cria uma imagem pura, despretensiosa, livre dos efeitos especiais de cor e de luz, nunca havia pensado, mas é a forma mais pura de se ver, é a forma que mais se adéqua ao filme uma vez ela fala assim como no livro, da beleza de descobrir um lugar novo e uma língua nova de maneira pura e simples, como o encantamento de uma criança ao ver o mundo de gente grande.
Claro que o livro é muito mais que isso, mas eu falo o que ele marca pra mim, marca também meu desejo de escrever, desejo oculto que guardo a sete chaves, bem nem tanto, mas não está tão obvio quanto meus outros grandes prazeres...
O DVD travou quando se aproximava do final,mas não faz mal, afinal algumas vezes não precisa chegar ao fim, assim como não se perde por não entender, basta o que importa para nós.
Escrever é um prazer intenso de produzir algo novo, se aproxima de um parto e assim como um requer muito sofrimento durante o processo.